lunes, 27 de diciembre de 2010

1865-Entrada de Capoeiras livres

Anais do Senado, Volumen 1 ,Brazil. Congresso Nacional. Senado Federal, Brazil. Parlamento. Senado, Impr. Nacional, 1865

SESSAO EM 12 DE JUNHO DE 1865(PAG67)


ORDEM DO DIA

Basta o mal que nos causou a nio exei-ução da referida lei de 1831, que determinou que os africanos apprehendidos fosêem transportados para logares donde vierão e que o govemo achava-se autorisado a fazer um tratado com as autoridades da costa d'Africa, afim de os receber. O governo não cumpriu a lei, e pretextou que as autoridades africanas os não queriao receber, e que seria deshumano lança-los em um paiz bárbaro e sem protecção; nada disso era exacto, porque muitas embarcaçoes têm sabido dos nossos portos carregadas de africanos libertos, que voluntariamente se têm transportado para a costa de África, sem que se dessem os inconvenientes que allegou o governo para serem transportados os africanos apprehendidos depois da cessação do trafico.

Hás o que é de notar é que o governo, em vez de proteger a sabida desses africanos, que voluntariamente procurão partir para a África, ao contrario, porta-se indifferente aos embaraços que encontrão os mesmos africanos.

Senhores,eu procurei saber de alguns africanos que tinhao de partir para a costa de África, quanto lhes custava o passaporte ; disserão-me que custava na policia 18$. Entendo, pois, que o governo deve dar providencias para que se dém de graça esses passaportes aos africanos que quiserem sahir do Brasil, e o governo que recebeu uma grande somma dos seus salários não se deve negar a este beneficio. Não digo que a policia exija I8$, mas o que é verdade è que atravessadores, ou corretores augmentao as difficuldades a esses africanos que não sabem e nem podem entrar livremente nas repartições e sujeitão-os a pesadas exigências.

Entendo, pois. que o governo na concessão que o corpo legislativo faz desta subvenção de 200:0000$, deve estabelecer algumas condições, algumas medidas para que não se augmente os ladroes de quimtaes, os capoeiras, os seductores de nossas escravas; e isto, senhores nos fará maior mal do que quantos projectos se possa apresentar aqui no senado acerca da escravidão.

http://books.google.es/books?pg=RA5-PA13&dq=capoeiras&id=11cPAQAAIAAJ#v=onepage&q=capoeiras&f=false

martes, 21 de diciembre de 2010

1497- CABO BUENA ESPERANZA- Arco Musical descrito por el diarista de Vasco de Gama

C’est en musique, plus précisément au son d’un orchestre de flûtes, qu’un groupe de « Noirs » accueillit Vasco de Gama et son équipage dans la baie de São Bras (aujourd’hui Mossel Bay), non loin du Cap de Bonne Espérance, le 2 décembre 1497.
Le diariste de Vasco de Gama ne s’est pas contenté d’évoquer la musique jouée par les Noirs, mais en a proposé une description à la fois imagée et précise. C’est qu’il y a sans doute repéré un certain nombre d’éléments communs à la musique occidentale de la fin du xve siècle, en tout premier lieu les flûtes, lesquelles
« concertent », organisées en orchestre de quatre ou cinq instruments, une formation connue alors en Europe occidentale. En outre, chacune étant limitée à un seul son « haut » ou « bas », ces flûtes devaient très certainement jouer ensemble en hoquet, un procédé de composition utilisé dans la musique du Moyen-Âge et
de la Renaissance 7 et que le diariste de Vasco de Gama connaissait sans doute. Mais est-ce la sonorité éclatante de l’orchestre de flûtes, son organisation structurée ou bien sa proximité (relative) avec la musique occidentale de l’époque qu’il apprécia, écrivant à ce propos que les musiciens « concertent fort bien 8 »?
Dès la création de la colonie du Cap par les Hollandais au xviie siècle, les flûtes, et quelques autres instruments comme le gom-gom, la goura (arcs musicaux) et le rommelpot (tambour fait d’un récipient en terre ou en bois recouvert d’une peau d’animal 9) devinrent typiques des populations autochtones. Le gom-gom fit ainsi à lui seul l’objet d’une entrée dans l’Encyclopédie de Diderot et d’Alembert 10 :

« Gomgom, (Luth.) Les Hottentots ont aussi un instrument de musique qu’ils appellent gongom, & qu’on dit leur être commun avec toutes les nations nègres qui sont sur la côte occidentale d’Afrique. Le gongom des Hottentots est de deux sortes. Le petit & le grand. Le petit gongom est un arc de fer ou de bois d’olivier, tendu par le moyen d’une corde de boyaux, ou de nerf de mouton, suffisamment séché au soleil. À l’extrémité de l’arc, on attache d’un côté le tuyau d’une plume fendue, & on fait passer la corde dans la fente. Le musicien tient cette plume dans la bouche lorsqu’il joue de son instrument, & les différents tons du gongom viennent des différentes modulations du souffle. Le grand gongom ne diffère du petit que par la coque d’une noix de coco, dont on a coupé la partie supérieure, & qu’on fait passer dans la corde par deux trous avant que l’arc soit tendu. En touchant l’instrument on pousse cette coque plus ou moins loin de la plume, suivant le ton qu’on veut produire. […]. J’avoue naturellement que je ne conçois pas comment la plume fendue, ni la noix de coco, peuvent produire différents tons ».
7. On pense bien sûr à la Messe de Guillaume de Machaut. Cette technique est également présente aujourd’hui dans les orchestres de flûtes de plusieurs populations sur tous les continents (notamment les Wayana et Wayampi de Guyane et du Brésil, les populations montagnardes du Vietnam ou bien encore les habitants des îles Salomon).
8. D. Peres (1945 : 8).
9. Le rommelpot est communément traduit par « tambour à friction ». Or, si l’on regarde attentivement les documents iconographiques du xviiie siècle, notamment ceux intégrés à l’ouvrage de Peter Kolb, on s’aperçoit que certains spécimens sont bien à friction (son produit par la friction d’un lacet de peau qui troue la peau et qui est actionné par l’instrumentiste) tandis que d’autres sont de simples tambours à membrane unique (son produit par le battement des mains de l’instrumentiste sur la membrane).
10. D. Diderot et D’Alembert (1777 : 244, vol. 20 suppl. III) d’après P. Kolb (1741 pour l’édition française de la Description du Cap de Bonne Espérance). Pour une analyse détaillée de ces sources, voir F.-X. Fauvelle-Aymar (op. cit. : 291-293).
FUENTE: PAG 197: Archives Khoisan : l’histoire comme champ de la musique par Emmanuelle OLIVIER
Verdier  Afrique & histoire 2006/2 - N° 6 ISSN 1764-1977  ISBN 2-86432-474-1  pages 195 à 224
http://www.cairn.info/article.php?ID_REVUE=AFHI&ID_NUMPUBLIE=AFHI_006&ID_ARTICLE=AFHI_006_0195&REDIR=1

martes, 14 de diciembre de 2010

1817-Gran comercio Brasil-Mozambique-Mauricias-India,

LIS B O A 11 de Agosto.  ALVAR A
Eu EIRei Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem : Que Attendendo a que a prohibiçáo do Commercio de Escravos em todos os portos di Costa de Africa ao Norte do Equador , estabelecida pela RatifIcaçao do Tratado de vinte e dous de Janeiro de mil oitocentos e quinze, e da Convenção Addicional de vinte e oito de julho de mil oitocentos e dezesete, exige novas providencias , que , prescrevendo as justas e proporcionadas penas, que hão de ser impostas aos transgressores, sirváo de regra certa de julgar, e decidir nos casos occurrentes sobre este objecto , aos Juizes , e mais pessoas encarregadas da sua execução: Hei por bem Ordenar o seguinte.

§. I., Todas as pessoas de qualquer qualidade e condição que sejto , que fizerem armar e preparar Navios para o Resgate e Compra de Escravos era qualquer dos portos da Costa d'Africa situados ao Norte do Equador, incorrerão na pena de perdimento dos Escravos , os quaes immediatamente ficarão- libertos , paira terem o destino abaixo declarado : E lhe serão confiscados os Navios empregados nesse trafico com todos os seus apparelhos e pertences , e juntamente a Carga , qualquer que seja , que a seu bordo estiver por conta dos donos e fretadores dos mesmos Navios , ou dos Carregadores de Escravos. E os Officiaes dos Navios, a saber, Capitão ou Mestre, Piloto, e Sobre Carga, serão degradados por cinco annos para Moçambique , cada hum pagará huma multa equivalente á soldada e mais interesses que haveria de vencer na viagem. Não se poderão fazer Seguros sobre taes Navios, cu sua cai regaçáo; efazendo-se, serão nullos; e os Seguradores, que scieaieartente os fizerem, serão condemnados no tresdobro do premio estipulado para o caso de Sinistro.

5. Ií. Na mesma pena de perdimento dos Escravos , para ficarem libertos , e terem o destino abaixo declarado, incorrerão todas as pessoas de qualquer qualidade e condição, que os conduzirem a qualquer dos portos do Brasil em Navios com bandeira que não seja Portugueza,
fuente: Gazeta de Lisboa, Números 153-309, Na officina de Antonio Correa Lemos., 1818

jueves, 9 de diciembre de 2010

1530 -BRASIL- Llegada de hombres que estubieron en India

DIÁRIO DA NAVEGAÇO DE PERO LOPES DE SOUZA (de 1530 a 1539.)

Na era de 1530, sabado 3 dias do mes de dezembro, parti desta cidade de L i s b o a, debaixo da capitania de Martim Affonso de Sousa, meu irmão, que ia por capitam de uma armada e governador da terra do Brasil: com vento leste sai fóra da barra, fazendo caminho do sudoeste.........................................................

Quinta-feira 12 de dezembro á boca deste esteirodos Carandins puz dous padrões das armas d'elrei nosso senhor, e tomei posse da terra para me tornar d'aqui; por que via que nam podia tomar pratica da gente da terra ; e havia muito que era partido donde Martim Afonso estava : e fiquei de ir e vir em 20 dias: e deste esteiro ao r i o d o s Beguoais, donde parti, me fazia 105 leguas. Aqui tomei altura do sol em 33 graos e 3 quartos.............................
Eu trazia comigo alemães e italianos, e homês que foram á índia e francezes, —todos eram espantados da fermosura desta terra; e andavamos todos pasmados que nos nam lembrava tornar. -Os Carandins (Querandlns) eram em nossa humilde opinião, como os Chanás e Pampas, povos vindos dos Andes. —Vej. Hist. Geral do Brazil [., p. 447.
FUENTE: Diario de navegação pela costa do Brazil até o Rio Uruguay (de 1530 a 1532) acompanhada de varios documentos e notas: e Livro da viagem da Nao Bretoa ao Cabo Frio (em 1511) Pero Lopes de Sousa, Francisco Adolfo de Varnhagen (Visconde de Porto Seguro)
Typ. D. L. dos Santos, 1867.
http://books.google.es/books?id=Cl8CAAAAYAAJ&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false

lunes, 6 de diciembre de 2010

os Negros andavam sobre elles tão leves , e soltos , que pareciam aves, o

Da Asia de João de Barros e de Diogo de Couto, Volumen 3 , João de Barros, Manoel Severim de Faria, João Baptista Lavanha, Na Regia officina typografica, 1777. (pg. 338-341)Partindo de Cochin a dezenove de Novembro. Em companhia do qual veio Jorge de Mello em sua náo Belém , que de cá foi, e a náo Sandia Cruz, senhorio………………….Jorge Lopes Bixorda, e nella por Capitão Lourenço de Brito , em as quaes vinham muitos Fidalgos, e Cavalleiros da Camara do tempo delle Vice-Rey. O qual chegado a Moçambique deteve-se alí vinte e quatro dias , em quanto fe tomou huma aguada, que pela roda faziam a náo Belém; e tornado a seu caminho, paísou com bom tempo o Cabo de Boa Esperança …………………E como vinha necessitado d'agua, e detrás do Cabo esta a aguada, a que chamam de Saldanha , (de que já escrevemos,)' mandou aos Pilotos que a foísem tomar , onde por fe os homens recrearem da tristeza do mar, deo licença que quando os bateis foísem em terra fazer aguada , ……………….Com a qual licença por os Negros andarem com os nossos mui familiares de darem gado a troco de pedaços de ferro, e pannos, que elles muito estimam, tomáram alguns outra licença dè ir com elles ás suas aldeas , que era dalli perto de huma legua , nas quaes idas alguns perdêram os punhaes que levavam por lhos elles tomarem , e qualquer cousa que lhe bem parecia……………………………………..quando dentro sentio arramalhar, cuidando fer Negro , ………………….começaram descer do lugar donde os Negros se acolhêram com o primeiro temor, té oitenta delles , como gente que fe vinha offerecer á morte por salvar os filhos…………………... O qual como tem acostumado pera aquelle mister da peleja, começáram …………..cahir alguns feridos, e trilhados do gado. E como os mais delles não traziam armas defensivas , e as offensivas era huma lança , e huma espada, naquelle modo de pelejar não podiam fazer muito damno aos Negros, …………….No qual modo de peleja vindo os nossos bem cansados,……………Porque começando de entrar na arêa da praia , ficaram de todo decepados sem poderem dar passo, e os Negros andavam sobre elles tão leves , e soltos , que pareciam aves, ou, ( por melhor dizer,) algozes do demonio , que vinha derribando na gente nobre, que por amor do Vice-Rey se vinha entretendo , que a outra commum com a primeira prea que houveram se puzeram na dianteira. ……………….No qual tempo eram já derribados Pero Barreto de Magalhães , Lourenço de Brito s Manuel Telles, Martim Coelho, Antonio do Campo , Francifco Coutinho , Pero Teixeira , Gaspar d'Almeida, e outros. …………..como a pessoa do Vice-Rey sempre acompanhou, sé que a morte o derribou de todo com huma lança de arremesso , que lhe atravessou a garganta, vindo já bem ferido de pedradas , e páos tostados. E ouvindo Diogo Pires ayo de D. Lourenço dizer, que o Vice-Rey ficava derribado.