lunes, 27 de diciembre de 2010

1865-Entrada de Capoeiras livres

Anais do Senado, Volumen 1 ,Brazil. Congresso Nacional. Senado Federal, Brazil. Parlamento. Senado, Impr. Nacional, 1865

SESSAO EM 12 DE JUNHO DE 1865(PAG67)


ORDEM DO DIA

Basta o mal que nos causou a nio exei-ução da referida lei de 1831, que determinou que os africanos apprehendidos fosêem transportados para logares donde vierão e que o govemo achava-se autorisado a fazer um tratado com as autoridades da costa d'Africa, afim de os receber. O governo não cumpriu a lei, e pretextou que as autoridades africanas os não queriao receber, e que seria deshumano lança-los em um paiz bárbaro e sem protecção; nada disso era exacto, porque muitas embarcaçoes têm sabido dos nossos portos carregadas de africanos libertos, que voluntariamente se têm transportado para a costa de África, sem que se dessem os inconvenientes que allegou o governo para serem transportados os africanos apprehendidos depois da cessação do trafico.

Hás o que é de notar é que o governo, em vez de proteger a sabida desses africanos, que voluntariamente procurão partir para a África, ao contrario, porta-se indifferente aos embaraços que encontrão os mesmos africanos.

Senhores,eu procurei saber de alguns africanos que tinhao de partir para a costa de África, quanto lhes custava o passaporte ; disserão-me que custava na policia 18$. Entendo, pois, que o governo deve dar providencias para que se dém de graça esses passaportes aos africanos que quiserem sahir do Brasil, e o governo que recebeu uma grande somma dos seus salários não se deve negar a este beneficio. Não digo que a policia exija I8$, mas o que é verdade è que atravessadores, ou corretores augmentao as difficuldades a esses africanos que não sabem e nem podem entrar livremente nas repartições e sujeitão-os a pesadas exigências.

Entendo, pois. que o governo na concessão que o corpo legislativo faz desta subvenção de 200:0000$, deve estabelecer algumas condições, algumas medidas para que não se augmente os ladroes de quimtaes, os capoeiras, os seductores de nossas escravas; e isto, senhores nos fará maior mal do que quantos projectos se possa apresentar aqui no senado acerca da escravidão.

http://books.google.es/books?pg=RA5-PA13&dq=capoeiras&id=11cPAQAAIAAJ#v=onepage&q=capoeiras&f=false

martes, 21 de diciembre de 2010

1497- CABO BUENA ESPERANZA- Arco Musical descrito por el diarista de Vasco de Gama

C’est en musique, plus précisément au son d’un orchestre de flûtes, qu’un groupe de « Noirs » accueillit Vasco de Gama et son équipage dans la baie de São Bras (aujourd’hui Mossel Bay), non loin du Cap de Bonne Espérance, le 2 décembre 1497.
Le diariste de Vasco de Gama ne s’est pas contenté d’évoquer la musique jouée par les Noirs, mais en a proposé une description à la fois imagée et précise. C’est qu’il y a sans doute repéré un certain nombre d’éléments communs à la musique occidentale de la fin du xve siècle, en tout premier lieu les flûtes, lesquelles
« concertent », organisées en orchestre de quatre ou cinq instruments, une formation connue alors en Europe occidentale. En outre, chacune étant limitée à un seul son « haut » ou « bas », ces flûtes devaient très certainement jouer ensemble en hoquet, un procédé de composition utilisé dans la musique du Moyen-Âge et
de la Renaissance 7 et que le diariste de Vasco de Gama connaissait sans doute. Mais est-ce la sonorité éclatante de l’orchestre de flûtes, son organisation structurée ou bien sa proximité (relative) avec la musique occidentale de l’époque qu’il apprécia, écrivant à ce propos que les musiciens « concertent fort bien 8 »?
Dès la création de la colonie du Cap par les Hollandais au xviie siècle, les flûtes, et quelques autres instruments comme le gom-gom, la goura (arcs musicaux) et le rommelpot (tambour fait d’un récipient en terre ou en bois recouvert d’une peau d’animal 9) devinrent typiques des populations autochtones. Le gom-gom fit ainsi à lui seul l’objet d’une entrée dans l’Encyclopédie de Diderot et d’Alembert 10 :

« Gomgom, (Luth.) Les Hottentots ont aussi un instrument de musique qu’ils appellent gongom, & qu’on dit leur être commun avec toutes les nations nègres qui sont sur la côte occidentale d’Afrique. Le gongom des Hottentots est de deux sortes. Le petit & le grand. Le petit gongom est un arc de fer ou de bois d’olivier, tendu par le moyen d’une corde de boyaux, ou de nerf de mouton, suffisamment séché au soleil. À l’extrémité de l’arc, on attache d’un côté le tuyau d’une plume fendue, & on fait passer la corde dans la fente. Le musicien tient cette plume dans la bouche lorsqu’il joue de son instrument, & les différents tons du gongom viennent des différentes modulations du souffle. Le grand gongom ne diffère du petit que par la coque d’une noix de coco, dont on a coupé la partie supérieure, & qu’on fait passer dans la corde par deux trous avant que l’arc soit tendu. En touchant l’instrument on pousse cette coque plus ou moins loin de la plume, suivant le ton qu’on veut produire. […]. J’avoue naturellement que je ne conçois pas comment la plume fendue, ni la noix de coco, peuvent produire différents tons ».
7. On pense bien sûr à la Messe de Guillaume de Machaut. Cette technique est également présente aujourd’hui dans les orchestres de flûtes de plusieurs populations sur tous les continents (notamment les Wayana et Wayampi de Guyane et du Brésil, les populations montagnardes du Vietnam ou bien encore les habitants des îles Salomon).
8. D. Peres (1945 : 8).
9. Le rommelpot est communément traduit par « tambour à friction ». Or, si l’on regarde attentivement les documents iconographiques du xviiie siècle, notamment ceux intégrés à l’ouvrage de Peter Kolb, on s’aperçoit que certains spécimens sont bien à friction (son produit par la friction d’un lacet de peau qui troue la peau et qui est actionné par l’instrumentiste) tandis que d’autres sont de simples tambours à membrane unique (son produit par le battement des mains de l’instrumentiste sur la membrane).
10. D. Diderot et D’Alembert (1777 : 244, vol. 20 suppl. III) d’après P. Kolb (1741 pour l’édition française de la Description du Cap de Bonne Espérance). Pour une analyse détaillée de ces sources, voir F.-X. Fauvelle-Aymar (op. cit. : 291-293).
FUENTE: PAG 197: Archives Khoisan : l’histoire comme champ de la musique par Emmanuelle OLIVIER
Verdier  Afrique & histoire 2006/2 - N° 6 ISSN 1764-1977  ISBN 2-86432-474-1  pages 195 à 224
http://www.cairn.info/article.php?ID_REVUE=AFHI&ID_NUMPUBLIE=AFHI_006&ID_ARTICLE=AFHI_006_0195&REDIR=1

martes, 14 de diciembre de 2010

1817-Gran comercio Brasil-Mozambique-Mauricias-India,

LIS B O A 11 de Agosto.  ALVAR A
Eu EIRei Faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem : Que Attendendo a que a prohibiçáo do Commercio de Escravos em todos os portos di Costa de Africa ao Norte do Equador , estabelecida pela RatifIcaçao do Tratado de vinte e dous de Janeiro de mil oitocentos e quinze, e da Convenção Addicional de vinte e oito de julho de mil oitocentos e dezesete, exige novas providencias , que , prescrevendo as justas e proporcionadas penas, que hão de ser impostas aos transgressores, sirváo de regra certa de julgar, e decidir nos casos occurrentes sobre este objecto , aos Juizes , e mais pessoas encarregadas da sua execução: Hei por bem Ordenar o seguinte.

§. I., Todas as pessoas de qualquer qualidade e condição que sejto , que fizerem armar e preparar Navios para o Resgate e Compra de Escravos era qualquer dos portos da Costa d'Africa situados ao Norte do Equador, incorrerão na pena de perdimento dos Escravos , os quaes immediatamente ficarão- libertos , paira terem o destino abaixo declarado : E lhe serão confiscados os Navios empregados nesse trafico com todos os seus apparelhos e pertences , e juntamente a Carga , qualquer que seja , que a seu bordo estiver por conta dos donos e fretadores dos mesmos Navios , ou dos Carregadores de Escravos. E os Officiaes dos Navios, a saber, Capitão ou Mestre, Piloto, e Sobre Carga, serão degradados por cinco annos para Moçambique , cada hum pagará huma multa equivalente á soldada e mais interesses que haveria de vencer na viagem. Não se poderão fazer Seguros sobre taes Navios, cu sua cai regaçáo; efazendo-se, serão nullos; e os Seguradores, que scieaieartente os fizerem, serão condemnados no tresdobro do premio estipulado para o caso de Sinistro.

5. Ií. Na mesma pena de perdimento dos Escravos , para ficarem libertos , e terem o destino abaixo declarado, incorrerão todas as pessoas de qualquer qualidade e condição, que os conduzirem a qualquer dos portos do Brasil em Navios com bandeira que não seja Portugueza,
fuente: Gazeta de Lisboa, Números 153-309, Na officina de Antonio Correa Lemos., 1818

jueves, 9 de diciembre de 2010

1530 -BRASIL- Llegada de hombres que estubieron en India

DIÁRIO DA NAVEGAÇO DE PERO LOPES DE SOUZA (de 1530 a 1539.)

Na era de 1530, sabado 3 dias do mes de dezembro, parti desta cidade de L i s b o a, debaixo da capitania de Martim Affonso de Sousa, meu irmão, que ia por capitam de uma armada e governador da terra do Brasil: com vento leste sai fóra da barra, fazendo caminho do sudoeste.........................................................

Quinta-feira 12 de dezembro á boca deste esteirodos Carandins puz dous padrões das armas d'elrei nosso senhor, e tomei posse da terra para me tornar d'aqui; por que via que nam podia tomar pratica da gente da terra ; e havia muito que era partido donde Martim Afonso estava : e fiquei de ir e vir em 20 dias: e deste esteiro ao r i o d o s Beguoais, donde parti, me fazia 105 leguas. Aqui tomei altura do sol em 33 graos e 3 quartos.............................
Eu trazia comigo alemães e italianos, e homês que foram á índia e francezes, —todos eram espantados da fermosura desta terra; e andavamos todos pasmados que nos nam lembrava tornar. -Os Carandins (Querandlns) eram em nossa humilde opinião, como os Chanás e Pampas, povos vindos dos Andes. —Vej. Hist. Geral do Brazil [., p. 447.
FUENTE: Diario de navegação pela costa do Brazil até o Rio Uruguay (de 1530 a 1532) acompanhada de varios documentos e notas: e Livro da viagem da Nao Bretoa ao Cabo Frio (em 1511) Pero Lopes de Sousa, Francisco Adolfo de Varnhagen (Visconde de Porto Seguro)
Typ. D. L. dos Santos, 1867.
http://books.google.es/books?id=Cl8CAAAAYAAJ&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false

lunes, 6 de diciembre de 2010

os Negros andavam sobre elles tão leves , e soltos , que pareciam aves, o

Da Asia de João de Barros e de Diogo de Couto, Volumen 3 , João de Barros, Manoel Severim de Faria, João Baptista Lavanha, Na Regia officina typografica, 1777. (pg. 338-341)Partindo de Cochin a dezenove de Novembro. Em companhia do qual veio Jorge de Mello em sua náo Belém , que de cá foi, e a náo Sandia Cruz, senhorio………………….Jorge Lopes Bixorda, e nella por Capitão Lourenço de Brito , em as quaes vinham muitos Fidalgos, e Cavalleiros da Camara do tempo delle Vice-Rey. O qual chegado a Moçambique deteve-se alí vinte e quatro dias , em quanto fe tomou huma aguada, que pela roda faziam a náo Belém; e tornado a seu caminho, paísou com bom tempo o Cabo de Boa Esperança …………………E como vinha necessitado d'agua, e detrás do Cabo esta a aguada, a que chamam de Saldanha , (de que já escrevemos,)' mandou aos Pilotos que a foísem tomar , onde por fe os homens recrearem da tristeza do mar, deo licença que quando os bateis foísem em terra fazer aguada , ……………….Com a qual licença por os Negros andarem com os nossos mui familiares de darem gado a troco de pedaços de ferro, e pannos, que elles muito estimam, tomáram alguns outra licença dè ir com elles ás suas aldeas , que era dalli perto de huma legua , nas quaes idas alguns perdêram os punhaes que levavam por lhos elles tomarem , e qualquer cousa que lhe bem parecia……………………………………..quando dentro sentio arramalhar, cuidando fer Negro , ………………….começaram descer do lugar donde os Negros se acolhêram com o primeiro temor, té oitenta delles , como gente que fe vinha offerecer á morte por salvar os filhos…………………... O qual como tem acostumado pera aquelle mister da peleja, começáram …………..cahir alguns feridos, e trilhados do gado. E como os mais delles não traziam armas defensivas , e as offensivas era huma lança , e huma espada, naquelle modo de pelejar não podiam fazer muito damno aos Negros, …………….No qual modo de peleja vindo os nossos bem cansados,……………Porque começando de entrar na arêa da praia , ficaram de todo decepados sem poderem dar passo, e os Negros andavam sobre elles tão leves , e soltos , que pareciam aves, ou, ( por melhor dizer,) algozes do demonio , que vinha derribando na gente nobre, que por amor do Vice-Rey se vinha entretendo , que a outra commum com a primeira prea que houveram se puzeram na dianteira. ……………….No qual tempo eram já derribados Pero Barreto de Magalhães , Lourenço de Brito s Manuel Telles, Martim Coelho, Antonio do Campo , Francifco Coutinho , Pero Teixeira , Gaspar d'Almeida, e outros. …………..como a pessoa do Vice-Rey sempre acompanhou, sé que a morte o derribou de todo com huma lança de arremesso , que lhe atravessou a garganta, vindo já bem ferido de pedradas , e páos tostados. E ouvindo Diogo Pires ayo de D. Lourenço dizer, que o Vice-Rey ficava derribado.

lunes, 29 de noviembre de 2010

1761- Deserção de treze marinheiros que vinham do Estado da índia

4.1 Processos judiciais

Num outro processo, em 1761, o Desembargador e Ouvidor Geral do Crime, Cyriâco António de Moura Tavares informa através de ofício, a devassa de deserção de treze marinheiros que vinham do Estado da índia, detidos 345 no ano de 1759.
4.2 Promoções
Um outro caso curioso é a concessão de patentes que o Vice Rei efectuou a dois negros e a um comerciante, porque achou ser do interesse da Coroa, justificando o motivo por que o fez. As patentes em causa são os seguintes:
■ Capitão de Companhia de Ordenanças (composta por mulatos)
■ Sargentomor dos Assaltos este tinha por função prender os negros fugidos ao seu senhor, que se escondiam no mato; tratavase de um posto frequentemente atribuído a um mulato ou negro;
■ Cabo de Baluarte não tinha guarnição; podia ser atribuído ou não a um militar; segundo o ViceRei era um posto que fora «sempre arbitrário dos governadores»6.
Importa referir que mal tomou posse, o Vice Rei publicou em Maio de 1749 uma pragmática (lei) que proibia o uso de espada ou espadim às pessoas de baixa condição (artesãos, povo, comerciantes, mulatos e negros). O uso de espada ou espadim era igualmente símbolo de estatuto e posição.
Qual os motivos destas nomeações? Dois mulatos que pediram para utilizar espada: eram de "cabedaf (subentendase posses) e bom tratamento. Porque se encontravam abrangidos pela pragmática do Vice Rei, propuseramse pagar 3$000 cruzados para a Fazenda Real para que pudessem utilizar aqueles símbolos, «o que lhes não admiti»7, refere o Conde de Atouguia.
Inconformados com esta decisão, os dois mulatos propuseram então ser promovidos nos postos de Capitão da Companhia vaga de Ordenanças e no posto de Sargentomor dos Assaltos. Dessa forma contornavam a situação e poderiam utilizar espada ou espadim, com a vantagem que normalmente nos referidos postos eram nomeados mulatos ou negros, continuando a oferecer a citada quantia de 3$000 cruzados para a Fazenda Real.
Em 1759, por se encontrar vago o posto de comandante de uma companhia do regimento de infantaria (até aí sob a responsabilidade de Manuel Domingues Portugal), o Conde dos Arcos manda que se informe publicamente, por edital, que quem pretendesse concorrer ao posto de Capitão daquela unidade deveria entregar os «.papeis dos seus serviços correntes na secretaria do mesmo estado dentro do prazo de quinze d/as»359. …………………João Bernardo Gonzaga envia uma carta a Thomé Joaquim Corte Real, ínformando-o da sua tomada de posse como Intendente Geral360 e intercede em nome do sobrinho João Clarque Lobo, Tenente de Infantaria, do qual envia a respectiva a Fé de Ofício, alegando ainda que o dito sobrinho era Tenente da Guarda do Vice-Rei.361
fuente: FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DO PORTO

O Exército na Capitania da Bahia entre 1750-1762
Dissertação de Mestrado de História Moderna apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Elaborado pelo Licenciado Fortunato Carvalhido da Silva Porto 2002

martes, 23 de noviembre de 2010

1869-ZAMBEZIA - batuque de guerra

Ern 7 d'agosto de 1869, sahiu a bateria d'artilheria da Zambezia com destino a Mazaro, embarcando em couxes e almadias, barcos feitos d'nma só peça, isto é, madeiros cavados em íórma de calha; podendo alguns receber 30 homens. A força pernoitou em Inhassunge n'este dia. No seguinte, aproveitando a maré, dormiu no Chimbazo, ficando no Interre, ao terceiro dia de viagem. N'esta povoação houve batuque de guerra, festejando a chegada da bateria. A's 10 e ineia da manhã, tendo o commandante mandado abrir um barril d'aguardente, principiou a festança. Treze tambores de varios feitios e dimensões, tendo os menores o tamanho e a configuração d'um gral, fizeram ouvir um prolongado rufo, que, augir.cntuudo progressivamente, attingiu proporções assustadoras. Os pretos e pretas, formando um grande circulo, cantavam em coro harmoniosa, mas estridentemente, ao som de um bater de palmas compassado. No centro um dançarino afamado fazia esgares e gestos obscenos; contrahia o ventre enrugando-o; contorcia-o, dando-lhe formas extravagantes; depois dilatava-o, de salto, com força, impellido por mola occulta. Â. dança do ventre.  Este trabalho, segundo dizem, muito difficil, é apreciadissimo entre os pretos. De repente, surgiu um negro armado com espingarda de silex, com a cauda de boi, distinctivo de guerra, mettida no cano da arma. Depois de beber um copo d'aguardente (mata frio) deu um salto gigante, apontou a espingarda, como quem via o inimigo muito proximo; retirou desconfiado, sem disparar, desenvolvendo prodigiosa agilidade, avançou novamente, cauteloso, de rastos, com a arma na mão direita, encolhendo-se como o tigre prestes a dar o salto, disparando finalmente a espingarda, e correndo em seguida, em saltos vertiginosos, de machado em punho, para acabar com a viciana imaginaria. Então tudo gritava, os tambores tocavam com mais força, e o valente, arquejante, cançado, vacillante, cahia prostrado junto do barril da aguardente, implorando mais um copo de mata frio.
fuente: (pag23) Recordações da expedição da Zambezia em 1869: consideravelmente augmentada e precedida d'uma carta do ... Augusto de Castilho, José Joaquin FerreiraTypographia Progresso, 1821 - 142 páginas

lunes, 22 de noviembre de 2010

1862 QUESTÃO ANGLO BRAZILEIRA.

O Boletim do governo de Macau

Imprensa nacional, 1862
Correspondência de* Portugal e Brazil de 28 de junho, copiámos o seguinte:
QUESTÃO ANGLO BRAZILEIRA.
Despacho de conde Russell ao ST. Elliot, servindo de ministro de sua magestade britânica junto de sua magestade o imperador do Brazil.
Ministério dos negócios estrangeiros, 6 de junho de 1863.
" Senhor ministro. Inclusa remeuu a correspondência recentemente trocada entre mim e o comrnendailor Moreira, enviado extraordinário e ministro plenipotenciário de sua magestade o imperador do Brazil. ................." O desejo do governo de sua magestade britânica era simplesmente obter segurança para as pessoas e propriedades dos seus súbditos, que tivessem a desgraça de naufragar nas costas do Brasil e tornar respeitadas no território brazileiro as pessoas dos officiaes de marinha ingleza. Mas como o governo brazileiro comprehendeu mal as intenções do governo de sua magestade britânica einterrompeu' as relações diporoaticas, ordena-se-lhe que peça os seus passaportes para si e para as pessoas pertencentesaessa embaixada, e que saia do Brazil. Confiará os archivos ao sr. Westwood, cônsul de sua magestade britânica.
" Desejo que declare, ………………………………….no espaço decorrido de 19 de dezembro de 1800 a 7 de abril de 1862, ficarão senão sem resposta ao menos sem resposta satisfatória. Estas notas, dirigidas em conformidade com as instrucções do governo de sua magestade britânica, pediam ao governo brazileiro relatórios acerca do numero e condição de alguns negros, tomados aos navios da escravatura, e ha muitos annos declarados livres pela commissão mixta do Rio de Janeiro, os quaes, ha todos os motivos para acreditar que ainda se conservem escravos, em contravenção da lei e dJS obrigações cnntrahidas pelos tratados.
" Posso também mencionar a nota dirigida em 12 de fevereiro, pelo sr. Chris'tie ao sr. marquez de Abrantes, na qual, segundo as instrucções do governo de sua magestade britânica, era chamada a altenção do governo brazileiro sobre as diversas communicações que lhe dirigira, e que haviam Meado sem resposta, comunicações em que era reclamada a liberdade sem condições a favor de todos os africanos declarados livres pelo tribunal da commissão mixta.

"É verdade que o governo brazileiro respondeu a esta nota : todavia a resposta do sr. marquez de Abrantes, de 28 de fevereiro, vistas as circunstancias e tornando em considerações as demoras anteriores não se pôde considerar satisfatória. N'esta nota, o sr. marquez de Abrantes declarava que o governo brasileiro estudava, com zelo e solicitude, a questão dos africanos livres, afim de proceder com a discrição e prudência que o caso pedia. Mas o que é certo é que o governo de sua magestade britânica ainda não recebeu as informações que pedira reiteradamente, e que tinha direito a exigir em virtude das estipulações do tratado em favor dos africanos que fossem declarados em liberdade.
http://books.google.com/books?id=V7sgAAAAYAAJ&printsec=frontcover&hl=es#v=onepage&q&f=false

domingo, 21 de noviembre de 2010

RAÍZES ÉTNICAS DA CAPOEIRA ,Rio de Janeiro - Fevereiro 2010

GRIFO: FIS -Faculdades Integradas Simonsen, Departamento de História, Curso de Pós-Graduação em História da África e da Diáspora Africana no Brasil. Bruno Rodolfo Martins
RAÍZES ÉTNICAS DA CAPOEIRA ,Rio de Janeiro - Fevereiro 2010.

jueves, 18 de noviembre de 2010

1533 - Joao de Barros feitor das Casas da Guiné e Índias ( Lutadores bons )

Da Asia de João de Barros e de Diogo de Couto (1778)

Author: Barros, João de, 1496-1570; Parr, Charles McKew donor; Parr, Ruth, donor
Volume: v.3 pt.2
Publisher: Lisboa : Na Regia officina typografica
Possible copyright status: NOT_IN_COPYRIGHT
Language: Portuguese
Title varies: v. 2-8, Da Asia de Joao de Barros, dos feitos, que os Portuguezes fizeram no descubrimento, e conquista dos mares, e terras do Oriente.

João de Barros

Historiador e escritor
n. provavelmente em Viseu em 1496; f. em Pombal em 20 de Outubro de 1570.

Filho natural de Lopo de Barros, corregedor da comarca do Alentejo em 1499, nasceu possivelmente em Viseu, ou em Braga. Moço do Guarda-roupa do príncipe D. João, futuro D. João III, foi nomeado em 1525 tesoureiro das Casas da Índia, Mina e Ceuta, e em 1533 foi nomeado feitor das Casas da Guiné e Índias, cargo que exerceu até 1567. Na época que mediou as nomeações, viveu em Pombal, fugindo da peste que assolou Lisboa em 1530 e evitando as consequências do grande terramoto de 1531 que destruiu a capital. Nesse ambiente calmo da Quinta do Alitém, parte do dote da sua mulher, contando 24 anos de idade, publicou em 1530 uma novela de cavalaria com o título Crónica do Imperador Clarimundo, contando a história de um antepassado legendário dos reis de Portugal. .........................................................................................................................................................Em 1535, quando foram criadas as capitanias brasileiras, D. João III doou-lhe uma das doze criadas, com cinquenta léguas de largura ao longo da costa, na foz do Amazonas. Decidiu equipar uma expedição para ocupar o território doado, com o apoio de Aires da Cunha e Álvares de Andrade, outros dois beneficiados com capitanias, que terá sido composta por dez embarcações, com novecentos homens, sob o comando do primeiro dos capitães. A frota saiu em fins de 1535, dirigindo-se para o norte do Brasil mas foi destruída na barra do Maranhão, tendo a maior parte dos participantes sido morta. Este desastre deixou João de Barros bastante empobrecido.

As milícias negras no Império Ultramarino português:

GRAVURA: '''Grammatica da Língua Portuguesa com os Mandamentos da Santa Madre Igreja''' de João de Barros. Source=Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 1, nº 8, fev/mar 2006
Date=1539 Author=João de Barros (1496)
As milícias negras no Império Ultramarino português:
O esforço bélico das milícias[1] negras no Império Ultramarino Português pode ser identificado logo nos primeiros anos da expansão marítima lusitana. Um dos primeiros relatos de práticas beligerantes de homens negros na defesa de possessões portuguesas foi realizado pelo historiador português João de Barros (1496-1570). Em Décadas da Ásia, Barros exaltou a coragem e a lealdade dos escravos negros da Guiné, insistindo, junto aos seus compatriotas, no emprego destes em maior escala do que haviam feito dos mouros e berberes. Para João de Barros o potencial militar dos escravos africanos era superior aos mercenários suíços.
Durante o cerco de Ormuz (1622), Edward Monnox observou no seu diário que, acerca das táticas defensivas, “a maior parte do que foi feito, deve-se aos negros que os portugueses mandaram à frente para deitar recipientes com pólvora, com os quais muitos persas ficaram miseravelmente escalpados ou queimados”. Ainda em 1622, a ineficácia do ataque holandês feito a Macau teria sido propiciado pelas “proezas dos escravos negros” dos defensores. Os africanos, feitos escravos, também eram freqüentemente utilizados como tropas auxiliares no Ceilão. O governador de Macau, ao escrever para o vice-rei de Goa sobre os esforços para a guarnição em 1651, pediu-lhe que lhe enviasse reinóis e escravos negros, que eram duros e belicosos, ao contrário dos mestiços da Índia, que, como soldados, eram inúteis[2]. Em função dessas e de outras intervenções não se pode negar que as milícias negras estão inseridas no processo de formação da cultura militar lusitana.
O processo histórico de institucionalização e consolidação do aparato militar lusitano resultaria dos diálogos entre universos geograficamente afastados, em hibridismos e em impermeabilidades, em (re) apropriações, em adaptações e em sobreposição de representações e de práticas bélicas. As trocas ocorreriam em função da mobilidade física, e do intenso trânsito de informações e práticas dos militares, resultante de suas ações na Europa, Ásia, África e América.[3].

[1] O termo milícia será aqui empregado no sentido genérico de corpo militar. Durante todo o século XVIII, a denominação foi utilizada várias vezes de forma indiscriminada para designar tanto as tropas regulares quanto as auxiliares. Em Portugal e na América Portuguesa, a partir do século XIX, o termo Milícia passou a designar unicamente os corpos auxiliares.

[2] BOXER, Charles Ralph. O império colonial português. Lisboa: Edições 70, 1977, p. 292-293.
[3] Sobre o processo de mundialização ibérica ver: GRUZINSKI, Serge. Les quatre parties du monde: Histoire d’une mondialisation. Para as características do universo cultural em Minas Gerais ver: PAIVA, Eduardo França. Escravidão e Universo Cultural na Colônia: Minas Gerais, 1716-1789.
http://www.klepsidra.net/klepsidra27/milicias.htm

sábado, 19 de junio de 2010

1597- BRAZIL llegada de esclavos en Navíos Holandeses


Fuente: http://wilson.library.emory.edu:9090/tast/database/search.faces


Fuente: Dutch- Spanish Rivalry in the Caribbean Area ,1594-1609, Engel Sluiter
The Hispanic American Historical Review, vol. 28 nº2(May 1948) 165-196

FRANS JANSZ POST Y LAS IMÁGENES DEL BRASIL HOLANDÉS:


¿LA MIRADA QUE REGISTRA O EL PINCEL QUE INTERPRETA? 1


Carla Mary S. Oliveira 2
RESUMEN

Los artistas europeos sólo pintaron los trópicos americanos in loco después de la invasión holandesa en el
Nordeste brasileño, entre 1630 y 1654. Post, miembro de la comitiva de Nassau, ha registrado los paisajes en impresiones y pinturas producidas en Pernambuco entre 1637 y 1644. La mayoría de su producción sobre Brasil, sin embargo, fue hecha después de su retorno a Europa y es basada en los bocetos que llevaba en su equipaje y en sus recuerdos. Basado en sus pinturas se construyó en el imaginario Barroco un Brasil hecho de cielos límpidos, haciendas, ingenios de azúcar, capillas, bosques, europeos, mestizos, esclavos y indios. La narración de Post es visual, pero está llena de subjetividad, desde que refleja sus recuerdos, principalmente de los siete años que vivió en Recife. Así, el Brasil de casi la totalidad de sus pinturas solamente existió para él: son su propia recreación del Nuevo Mundo.
http://cms-oliveira.sites.uol.com.br/3er_humboldt_2005.pdf

martes, 1 de junio de 2010

1811-1814- Negro Francés arrestado por desórdenes en Rio de Janeiro

Nota del pesquisador:

1811-1814- Negro Francés arrestado por desórdenes en Rio de Janeiro .En la época un Francés podria ser de Europa (Savate), Martinica (Ladya), Guyana, Isla Reunión (Moringue)

Fuente:  Tropical Versailles  pg.123

miércoles, 3 de marzo de 2010

1909-Hindúes y Barbadianos en Rondonia


FOTO:

Hindu worker. Around 1909-1910

FOTO GRUPO :

Barbadianos and North American in a steam laundry, in Porto Velho (Rondônia). Around 1909-1910





Diretor do Museu Paulista da USP

martes, 2 de marzo de 2010

1879-RIO DE JANEIRO 145 Indo-Mauritians trabajadores

LIBRO: Coolitude: an anthology of the Indian labour diaspora Escrito por Marina Carter,Khal Torabully,Khal. 2002 - 243 páginashttp://books.google.com/books?id=pH4l5BMQs5YC&printsec=frontcover&hl=es&source=gbs_v2_summary_r&cad=0#v=onepage&q=&f=false

"In 1879, 145 Indo-Mauritians were reported to have migrated for work as far away as Rio de Janeiro ,Brazil while Valiama, the daughter of indentured immigrants in Martinique , migrated to Trinidad with her daughter after her own marriage faliled 21. "(pag132)

21.Merven , T, L`indien a Maurice 1896

TRADUCCIÓN AL PORTUGUÉS (Javier Rubiera)

"Em 1879, 145 Indo-Mauritians foram relatados para ter migrado para o trabalho tão distantes como o Rio de Janeiro, Brasil, enquanto Valiama, filha de imigrantes contratados na Martinica, emigrou para Trinidad com a filha depois de seu próprio casamento falhido.

libro: The African diaspora in the Indian Ocean Escrito por Shihan de S. Jayasuriya,Richard Pankhurst
http://books.google.com/books?id=mdpcgy_aopwC&printsec=frontcover&hl=es&source=gbs_v2_summary_r&cad=0#v=onepage&q=&f=false

miércoles, 13 de enero de 2010

1803-NITEROI -Logia Masónica se afilia a la Isla Maurício


libro: Maçonaria, sociabilidade ilustrada e independência do Brasil, 1790-1822 Escrito por Alexandre Mansur Barata.
Ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII, os principais produtos de exportação da África Oriental eram o ouro e o marfim, sendo que este último já se tornara no produto de maior volume desde o século XVII. Quando se aproximam as últimas décadas do século XVIII, verifica-se uma alteração significativa neste quadro, por meio do forte incremento no volume de escravos saídos, tanto em direção das Ilhas Maurícias como do Brasil.Os franceses estabelecidos nas Ilhas Mascarenhas, buscavam aumentar suas importações de escravos com a finalidade de obter mão-de-obra suficiente para dar conta da demanda resultante do desenvolvimento agrícola, que se encontrava em marcha naquele território.